terça-feira, 8 de maio de 2018

As ervas daninhas e o gato malvado



Hoje foi o dia que não consegui escapar de cortar parte das ervas daninhas da lateral do meu quintal. Desde quando me mudei, faltava coragem. Nem mesmo meu pai ou meu marido encararam aquele matagal. Mas não teve jeito.

Há mais ou menos dois meses atrás, eu e meu marido adotamos uma gatinha super fofa do SPCA, que é um tipo de Centro de Zoonoses daqui de Auckland.

Ela tinha acabado de ter filhotinhos e estava com os peitinhos todos inchados ainda. Além disso, fazia apenas dois dias que ela tinha sido castrada. Aqui todos os animais que vão para adoção já são castrados e registrados com chip onde haverá os contatos do futuro dono. Então,  se alguém achá-la e levá-la para o SPCA,  seremos comunicados.

Fiquei completamente apaixonada. Ela era a mais falante de todos os gatinhos e vi logo de cara que tinha atitude. Não deu outra: levei embora comigo.

Desde então, nossas vidas tem sido de aprendizados, e muita limpeza de xixi e cocô.  Ainda bem que, pelo menos, ela já veio treinada do SPCA para fazer as necessidades dentro da caixinha. Mesmo assim,  de vez em quanto rola um acidente ali ou aqui.

Após um mês dentro de casa, finalmente chegou o dia de ela sair para o jardim. Quando fez o primeiro xixi debaixo da árvore, até a peguei no colo de tão feliz que fiquei. Detalhe: ela odeia quando fazemos isso. Ela me arranhou e me mordeu, mas foi de leve.

Quando pensei que era só alegria, surgiu o gato preto do vizinho para infernizar a vida dela. Ele é grande e a pobrezinha da Kitty, minha gatinha, está morrendo de medo dele. Já tive que socorrê-las uma três vezes das garras dele. Tem sido uma luta para ela sair de casa.

Hoje foi um desses dias de resgate. Ela estava escondida dentro da moita de ervas daninhas e só escutei o barulho de gatos brigando. Então, sai correndo para tentar ajudá-la e peguei o primeiro sapato que vi na frente. Assim que eu cheguei perto deles, joguei meu sapato com tudo para tentar apartar a briga. O gato preto fugiu e a minha gatinha veio na minha direção com o nariz todo machucado, tadinha.

Só depois eu percebi que tinha arremessado meu tênis novinho no mato com as ervas daninhas. Eu não conseguia achá-lo de jeito nenhum. Não teve jeito. Lá fui eu colocar a minha bota de borracha, minha luvas e peguei duas tesouronas. Fui cortando, cortando, cortando e cortando. Levei um picada básica de algum mosquito, mas está valendo.

Não levou muito tempo para encontrar o meu tênis. Ela, com seu narizinho ferido, ficou observado todo o meu trabalho. Ela ficava olhando em volta para ver se o gato preto não voltava e, uma vez ou outra, miava como se estivesse perguntando o que eu estava fazendo. 


Então, percebi que tenho mais um prazer ao cuidar do nosso jardim: ter a nossa gatinha por perto, observando tudo. Sei que ela estará fazendo as trapalhadas, correndo de um lado para o outro, caçando grilos, brincando com as folhas e tentando se esconder nas moitas. De vez em quando, vou ter que socorrê-la do gato malvado. Fazer o quê?

Falando nisso, o gato da foto acima não é o gato malvado. É a nossa Kitty, brincalhona, que adora ficar assim, escondida. =o)

Até breve!




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